Jun 24, 2023
Aerossóis gerados por altas
Scientific Reports volume 12, Artigo número: 4783 (2022) Citar este artigo 1373 Acessos 3 Citações Detalhes das métricas Investigar a dispersão e contaminação de aerossóis gerados durante
Scientific Reports volume 12, Artigo número: 4783 (2022) Citar este artigo
1373 Acessos
3 citações
Detalhes das métricas
Investigar a dispersão e contaminação de aerossóis gerados durante o acesso coronal realizado por peça de mão de alta velocidade e dispositivo ultrassônico. Para medir a dispersão do aerossol foi utilizado um corante vermelho ou um caldo de cultura de Enterococcus faecalis dentro do frasco do sistema de água da unidade odontológica e ultrassônica. Os dentes bovinos extraídos foram alocados em seis grupos de acordo com o acesso coronal: G1: ponta diamantada em peça de mão de alta rotação (HS) com aspiração (A); G2: insertos ultrassônicos (US) com aspiração; G3: acesso coronal combinado com HS e US com aspiração; e G4, G5 e G6 foram realizados sem aspiração (AT). A distância alcançada pelo aerossol com o corante foi medida em centímetros e, para contaminação do ambiente, placas de ágar foram dispostas em distâncias padronizadas para contagem de unidades formadoras de colônias (UFC/mL). Aplicou-se a ANOVA seguida dos testes de Tukey (α = 0,05). O acesso coronal com HS gerou maior dispersão e contaminação de aerossóis, mesmo com A simultâneo (P < 0,05), enquanto US gerou menos aerossol mesmo WA (P < 0,05). A aspiração não reduziu estatisticamente o aerossol. O HS é uma grande fonte de aerossóis na clínica odontológica durante o acesso coronal e o uso de dispositivo de US deve ser incentivado.
Os aerossóis gerados durante procedimentos odontológicos têm se tornado alvo de preocupação e discussão1,2, pois são vetores de agentes infecciosos incluindo bactérias, leveduras, fungos filamentosos e vírus3,4,5,6,7. Assim, as partículas de aerossol apresentam alto potencial de contaminação que atinge não apenas o profissional odontológico e os pacientes, mas também todas as superfícies expostas da unidade odontológica e do ambiente operatório6,7. Não diferente, existe o risco de transmissão do coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda (SARS-CoV-2), que resulta na doença COVID-19, na prática odontológica transportada por partículas de aerossol2,3 provenientes de sangue, saliva e outros fluidos corporais exposição de pacientes sintomáticos e assintomáticos, combinada com instrumentos que geram aerossóis8.
Procedimentos rotineiros como preparos cavitários, aparelhos ultrassônicos e principalmente o uso de jatos de ar/água são os principais responsáveis pela dispersão de partículas de aerossóis9,10,11,12. Em relação ao SARS-CoV-2, estima-se que as partículas aerossolizadas permaneçam no ambiente por 3 a 16 horas9,13. Assim, um ambiente de clínica odontológica altamente contaminado pode ser considerado causa de infecção1,2,3. No início da pandemia foram adotadas recomendações para evitar procedimentos que gerassem aerossóis9. Com o aumento do número de casos positivos para COVID-19, as medidas de assepsia nos consultórios odontológicos tornaram-se mais rigorosas do que no passado14,15. Porém, há desconhecimento sobre protocolos de desinfecção e como realizá-los, além do comportamento do vírus SARS-CoV-2 em superfícies e substratos por parte dos dentistas16. É preciso estar atento e conscientizar os profissionais sobre a necessidade de adoção de medidas de desinfecção no ambiente de consultório e uso de equipamentos de proteção individual.
Estudos na área médica sugerem o uso de dispositivos que reduzam a dispersão de aerossóis. Porém, não consideram as necessidades da prática odontológica17,18. Portanto, há necessidade de estudos que avaliem, principalmente no contexto pandêmico, a quantidade de aerossol produzido e sua dispersão durante acesso coronal realizado em tratamento endodôntico1. Os avanços tecnológicos na área odontológica têm permitido que dispositivos como insertos ultrassônicos sejam utilizados rotineiramente em diversos procedimentos endodônticos, inclusive no acesso coronal19. Os insertos ultrassônicos E6D e E7D (Helse Ultrasonic, Santa Rosa de Viterbo, SP, Brasil) foram recentemente introduzidos na endodontia com o objetivo de realizar o acesso coronal e o refinamento da câmara pulpar. Até onde sabemos, nenhum estudo investigou a dispersão de aerossóis e a contaminação do ambiente da clínica odontológica gerada pelos insertos ultrassônicos durante o acesso coronal. Alguns estudos limitaram-se a procedimentos restauradores e periodontais1,2. Até o momento, o sistema de alta velocidade é o dispositivo mais utilizado para acesso coronal e produz uma quantidade considerável de aerossol20.